25.2.08

whiskas@de3 #3

Passei a sexta-feira em função da bicicleta. Faltavam algumas ferramentas, então apelei para a loja na esquina para fazer a instalação de algumas peças que exigem um ferramental mais especializado. Praticamente terminei a construção naquela noite, faltam só pequenos ajustes, encaixar as rodas e sair para rodar. À noite, chegou o Pedro, vindo de Munique. Havia convidado-os para comer em Nürnberg, mas ele havia viajado o dia inteiro, o Benja não se mostrou deveras motivado, e eu de fato ainda tinha bastante para trabalhar na bike, ergo, ficamos por lá, pedimos uma pizza e assistimos um filme - além, é claro, daquelas conversas únicas que, em parte, são catalisadas quando amigos se encontram em lugares tão distantes.

O Benja acordou sábado com uma missão: nos levar a tomar uma certa cerveja numa certa cervejaria numa pequena cidade ao sudeste de Nürnberg. Saimos correndo logo após o café, eu já com a mochila para mais tarde pegar o trem para a Renânia, onde visitaria meus tios. Acabamos perdendo o trem por um mero minuto, para daí mudarmos os planos (depois de uma brevíssima volta pelo centro de Erlangen), com a nova programação consistindo de uma caminhada pelo centro de Nürnberg até a hora do meu trem partir. Pegamos o trem seguinte, e fizemos a viagem batendo fotos e conversando às pencas.

Em Nürnberg, fizemos uma caminhada de turistas: fotos nos lugares típicos, visita às igrejas e ao Mercado, enfim. Almoçamos tarde, num restaurante "tradicional", com cervejas e pratos regionais, numa casinha muito aconchegante, e quando saímos de lá, era quase hora d'eu me dirigir à estação de trens, o que fiz depois de caminhar lomba acima até a Burg, o "castelo" com uma vista privilegiada da cidade. De lá para o "centro", ainda tive tempo de pegar um chocolate quente e chegar na plataforma no exato momento que meu trem entrava na estação. Ótimo. Lugar na janela, comecei a assistir um filme, mas o estômago cheio propôs que eu trocasse o programa por um pouco de música e uma ciesta...

Depois de uma baldeação, fui recebido na estação de Recklinghausen pelo meu primo Mike e sua namorada Yvonne. Fomos direto à um bar/café "(algo) del Sol", comemos uma pizza e massa, e trocamos as atualizações do que acontece de cada lado do Atlântico. Me trouxeram até a casa dos meus tios (que estavam numa festa), e aqui tomamos umas cervejas antes de me deixarem para eu capotar...

Hoje de manhã, café da manhã tardio com meus tios, li o jornal, um pouco do meu livro, conversa vai, almoço e ciesta, conversa vem, mostrei algumas seleções de fotos que trago aqui no computador, enfim. No meio da tarde, chegaram o Mike e a Yvonne, e depois meu outro primo, Jörg e sua esposa Kathrin. Curioso: eu vejo meus primos alemães mais seguido que alguns dos primos que moram no Brasil, alguns inclusive à distâncias que eu poderia ir à pé de casa. Não que eu não goste dos primos brasileiros, mas gosto muito de conversar com os guris aqui. De alguma forma encontrar meus outros semelhantes genéticos por aqui traz à tona pensamentos bem interessantes sobre o sentido que dou à palavra "família". Por outro lado, isso se aplica também aos amigos, como já dei a entender alguns parágrafos acima. Destas duas coisas, uma conclusão é imediata: viajar é simplesmente essencial. Outras conclusões merecem um relato em separado...

Jantamos em um exótico restaurante de comida mongol. Devo mencionar que parei de comer carne vermelha há quase dois anos, e só _muito_ raramente tenho comido frangos ou outras aves (dos peixes eu ainda não abri mão). Comecei a conversar sobre todas aquelas exoticidades com meu tio, e ele contou várias histórias sobre jantares ou almoços de negócios nos mais diversos lugares do mundo, como por exemplo uma vez em que um certo príncipe saudita ofereceu um banquete com... alguns seres rastejantes e leite de camelo... "era preciso ter um estômago de concreto armado", disse ele. Bom, eu já havia comido um prato de salmão e frutos-do-mar, mas depois de todas estas histórias, me senti compelido a aceitar a oferta dele e provar um pedaço da carne de canguru, crocodilo, oryx e um outro animal que eu nem lembro o nome. Divagações sobre o vegetarianismo, os quais matutei no caminho de volta para casa, também merecem um relato em separado.

Enfim. De volta em casa, ainda discutimos um pouco de política em cima dos resultados das eleições de Hamburgo que passavam na TV, briguei mais um pouco com a configuração da rede wireless no meu micro, e me deitei para escrever parte deste relato antes de capotar, já quase 1h da manhã. Hoje de manhã, dormi até a janela me acordar, ao qual preciso acrescentar: despertador para quê? Um timer na persiana é tào mais prático... Após o café, tive uma conversa muito interessante sobre o "estado das coisas" na Alemanha, na visão dos meus tios. Tenho adorado discutir política (ou, em uma forma mais ampla, a gerência de pessoas), e este, assim como os outros temas que já citei acima, merecerá um relato especial em separado quando eu tiver mais tempo para divagar e colocar as idéias "no papel". Agora ler um pouco, mais tarde sairemos para uma caminhada, almoço, preguiça... até o fim da tarde, quando vou junto com meu tio para o aeroporto de Düsseldorf: meu vôo para Nürnberg parte cerca de meia-hora antes do vôo dele, para Berlim, de modo que vou ganhar uma carona :). Bis dann!

No comments: